sábado, 8 de agosto de 2015

A Maçonaria perde um Grande Líder


Faleceu na madrugada de hoje, aos 84 anos, o advogado, jornalista e escritor Ticiano Duarte, ex-Venerável da Loja “Hegésippo Reis”, ex-Presidente da Assembléia Legislativa Maçônica do GOIERN, ex-grão-mestre do GOIERN e ex-presidente da COMAB (Confederação Maçônica do Brasil, no biênio 2006/2007), grande defensor do Tratado de Amizade entre  as Potências Maçônicas do RN (GOIERN, GLERN e GOB-RN)
No Rito de York, participou de tudo, foi fundador e Sumo Sacerdote do “Capítulo Irmão Luiz Antonio dos Santos Lima Nº 29 e fundador dos Capítulos “Cavaleiros da Liberdade” Nº 38 ao Oriente de Mossoró/RN e “Cavaleiros do Seridó” Nº 51 ao Oriente de Caicó/RN; fundador e Past Ilustre Mestre do Conselho Críptico “André de Albuquerque Maranhão” Nº 18 e fundador do Conselho Críptico “Resistência de Mossoró” e também da Loja Simbólica do Rito de York, “ARLS 7 de Junho” Nº 29, jurisdicionada ao GOIERN. Era o Comendador da Comanderia Templária “Rondon” Nº 03, aos Orientes do Norte e Nordeste do Brasil e estava para ser fundada no Rio Grande do Norte a Comanderia Templária “Confederação do Equador”. Também estava sendo preparada no próximo Encontro anual do Rito de York, em novembro, na cidade de Belo Horizonte, a sua indicação como representante da Grande Comanderia Internacional de Knight Templar para a América do Sul, pelo Supremo Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil.
No Supremo Grande Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito do Estado do Rio Grande do Norte, era o seu dirigente máximo, o Soberano Grande Comendador.
Participava ainda, do Tabernáculo de Sacerdotes Cavaleiros Templários e da Academia Brasileira de Letras, Ciências e Artes Maçônicas.

Ele dirigiu a redação do jornal Tribuna do Norte na década de 1960, durante a ditadura militar.

Ticiano participava do Festival Literário da Pipa (Flipipa), em Tibau do Sul e teve uma parada cardíaca durante a madrugada de hoje.
De acordo com familiares, Ticiano Duarte tomava medicações para o coração, mas não eram problemas graves e ele estava bem. 
Ele participou normalmente das atividades do Flipipa durante a tarde e noite de ontem, em debate sobre o ex-prefeito de Natal Djalma Maranhão, quando retornou ao hotel em Tibau do Sul. 
Segundo os participantes da mesa, Ticiano encerrou o debate declamando o único poema que Djalma Maranhão escreveu no seu exílio no Uruguai detalhando a saudade de sua terra Natal.
Por volta das 4h, passou mal e foi levado até uma unidade de saúde na cidade, onde já chegou sem batimentos cardíacos. 
Os médicos tentaram a reanimação durante aproximadamente 30 minutos, mas Ticiano Duarte teve a morte momentos após chegar à unidade.
Imortal da Academia Norte-rio-grandense de Letras, Ticiano Duarte foi professor do curso de Comunicação da UFRN, delegado do Trabalho, líder maçônico, além de ser respeitado historiador e pesquisador potiguar. 
Torcedor e conselheiro do América Futebol Clube, Ticiano Duarte escrevia às quartas-feiras para a Tribuna do Norte.
A família informou que o velório de Ticiano Duarte ocorrerá a partir das 11h de hoje no Templo do GOIERN, no Tirol, e o sepultamento ocorrerá amanhã, no cemitério Parque Morada da Paz, em Emaús, às 10h.

História
Woden Madruga Texto escrito em 2011, nos 80 anos de Ticiano Duarte
Ticiano Duarte descobriu as redações dos jornais ainda adolescente. Primeiramente em A República, governo de José Varela, final dos anos 40 começo dos 50. Por aí já fazia política estudantil, eleições do Centro Estudantil Potiguar, ele eleito deputado dos ginasianos. Tempos de Valtércio Bandeira de Melo, Joanilo de Paula Rego, Aderbal Morelli, José Fagundes de Menezes, Nabor de Azevedo Maia, Luís Bezerra, William Colbert. O Grande Ponto em alvoroço.
Da República, Ticiano passou para o Diário de Natal, tempos de Edilson Varela e Veríssimo de Melo, Lenine Pinto, Luís Maranhão, Antônio Pinto de Medeiros. Viagens a Maceió para cursar Direito. Rua do Sol na companhia do poeta Gilberto Avelino.  Repórter, cobria Assembleia Legislativa, Palácio Potengi, convivendo com os políticos. Mais tarde seria chefe de gabinete do prefeito Djalma Maranhão e secretário (Interior e Justiça) do Governo Aluízio Alves. Mais recentemente, delegado do Ministério do Trabalho. Depois, auditor do Tribunal de Contas. Várias cátedras. Dos expedientes palacianos uma esticada aos bares, às peixadas das Rocas, às noitadas que alcançavam as madrugadas, Natal Clube, Maria Boa. O encantador ofício da boemia com os amigos, as amigas, os artistas, pintores e poetas. Ticiano participou de todos esses movimentos culturais havidos na província, a partir da década de 40.
Fez teatro amador integrando o grupo “Os Farsantes”, liderado por Newton Navarro. Mais adiante aparece no elenco de um novo grupo, Teatro Experimental de Artes, também com Navarro, mais Moacir de Goes, Geraldo Carvalho, Humberto Magalhães e Marcelo Fernandes. Montam a peça  “Cantam as Harpas de Sião”, de Ariano Suassuna. O jornalismo e a política roubam-lhe a cena teatral. A ribalta agora é outra
Final dos anos 60, na ditadura militar que cassou Aluizio Alves, Ticiano assumiu a editoria da Tribuna do Norte. Foi chamado muitas vezes ao Quartel General (comando do Exército). Terminou sendo enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Julgado em Recife, foi absolvido. Comemorou-se em todos os bares. A boemia, o bom uísque, a liberdade de expressão, o bom papo jamais serão cassados.
Pai de dois filhos, seis netos e sete bisnetos, Ticiano, ao lado de Iaponira, chega aos 80 anos com o mesmo espírito e charme da juventude, acrescidos de uma elegante bengala e suspensórios nem tanto. Fraterno e amigo, cultor da solidariedade, fiel às amizades  e  ao uísque, à boa convivência com os bons companheiros ao quais faz sempre, todos os dias, a mesma pergunta: “Alguma novidade?”
De Ticiano, usando um bordão bem seu, eu diria: é uma Grande Figura! E ele responderia, certamente, com os versos de Drummond, voz pausada: 

Tenho apenas duas mãos / e o sentimento do mundo.

Nota da Organização do FliPipa pela morte de Ticiano Duarte

É com profundo pesar que o Festival Literário da Pipa – FLIPIPA – lamenta o falecimento do jornalista, professor e escritor Ticiano Duarte, ocorrido nesta madrugada de sábado (8). 
A exemplo de edições anteriores do FLIPIPA, Ticiano Duarte participou dos debates literários deste ano sempre trazendo grandes conhecimentos de sua longa trajetória como jornalista e suas experiências no mundo político e da literatura. 
Em nome de Dácio Galvão, curador do FLIPIPA e toda a equipe de produção e amigos que Ticiano fez nestes seis anos de Festival Literário, nossos mais sinceros sentimentos aos familiares desta grande figura da história potiguar que nos deixou.


Nenhum comentário:

Postar um comentário